terça-feira, 2 de agosto de 2011


O maior macho do futebol
Todo filme de ação tem cenas absolutamente inverossímeis, em que o herói é emboscado por uma ou duas dezenas de bandidos, recebe uma saraivada de tiros e sai incólume. O goleiro Júlio César, do Corinthians, deu uma nova dimensão a essas estrepolias. Depois dele, Bruce Willis, Stallone, Schwarzenegger, Jason Statham e Van Damme podem ser chamados de bundões, de maricas, de menininhas. No fim do segundo tempo, Júlio lesionou o dedo mindinho esquerdo, no jogo contra o Botafogo, quando pegava uma bola rasteira. A câmera deu um close e a imagem era terrível: a pele e o osso, cada um de um lado, pendiam como se estivessem descolados.

Júlio gritava enquanto os jogadores o acudiam e os espectadores desviavam o olhar, num misto de nojo e aflição. Foi quando aconteceu o improvável: o médico do Corinthians entrou em campo, aparentemente colocando as coisas no lugar – e Júlio avisou que não, não ia sair.

Nunca antes na história do futebol brasileiro se viu um ato de bravura como esse. Alguns jornalistas o classificaram como “o maior ato de macheza do esporte”. Foi como um soldado que, ferido na perna, pedisse para prosseguir no front.

Júlio César é o maior macho do futebol. Mas com um detalhe: isso só poderia acontecer no Corinthians, um clube em que superação, milagre e hombridade são ingredientes de seu mistério e seu fascínio.

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